Por PET é Carinho
No Brasil, milhões de lares possuem, pelo menos, um gato ou cachorro. Esses pets são companheiros e estão dispostos a dar todo o seu amor ao tutor e vice-versa. No entanto, algumas atitudes em forma de “afeto” que os tutores podem exercer, como compartilhar a alimentação humana, exceder nos petiscos e não incentivar as atividades físicas para esses pets, podem prejudicar gradativamente a saúde dos animais, especialmente a dos gatos.
Um gatinho que engordou e exibe a barriguinha quando se senta pode ser uma situação considerada “fofinha”. Entretanto, nem sempre essa condição será sinônimo de fofura e, sim, de atenção. A obesidade felina é uma condição cada vez mais rotineira na vida dos gatos e pode diminuir o tempo de vida desses pets se não for identificada e tratada corretamente.
Seria generalizado dizer que só porque os felinos apresentam uma gordurinha aqui ou ali são, de fato, gatos obesos. A veterinária especialista em endocrinologia e metabologia de pequenos animais, Paula Nassar de Marchi, de Sorocaba (SP), explica sobre como a obesidade felina começa e quais pontos devem ser observados no corpo do animal a princípio.
“Inicialmente, o gato acumula muita gordura intravisceral, ou seja, intra abdominal. Por isso é mais difícil perceber o ganho de peso. Porém quando ele fica sentado já conseguimos observar a formação de uma ‘barriguinha’ extra e, conforme ele vai ganhando mais peso, observamos também o acúmulo de gordura no tecido subcutâneo, então podemos observar a camada de gordura sobre as costelas, cintura e base da cauda”, conta.
A especialista ainda conta que não há um peso ideal para um gato, apenas uma média, já que existe uma grande variação do tamanho que leva em consideração o porte físico e estrutura óssea.
“No geral consideramos, em média, o peso de 4 kg como ideal, mas esse peso seria excessivo para um gato pequeno e baixo para um Maine Coon, por exemplo. O que usamos para avaliação principalmente é o escore corporal, que deve ser de 5 em uma escala que vai de 1 até 9. Por isso avaliamos individualmente cada paciente, e por meio da inspeção e palpação definimos o seu escore corporal. Se esse escore estiver acima de 5, esse paciente é considerado com sobrepeso”, explica a veterinária Paula.
Um gato obeso pode desenvolver mais problemas de saúde do que um da mesma raça de peso normal. Segundo a especialista em endocrinologia e metabologia de pequenos animais, as doenças mais comuns em felinos obesos são:
“A obesidade pode trazer uma série de consequências para os felinos, desde distúrbios osteomusculares (sobrecarga articular, dificuldade para locomoção), distúrbios respiratórios, aumento dos níveis de triglicérides e colesterol”, ressalta.
E para quem acha que a obesidade felina não influencia diretamente no tempo de vida do animal está enganado. “Os trabalhos mostram que a obesidade reduz a longevidade do paciente em aproximadamente 2 anos, ou seja, gatos obesos podem viver cerca de 2 anos a menos que gatos com o peso ideal, caso essa situação não seja corrigida”, informa a veterinária.
Algumas atitudes são essenciais para prevenir o sobrepeso ou o estágio de obesidade dos felinos. Alguns dos métodos de prevenção que a veterinária indica são:
Assim como para uma pessoa, o tratamento da obesidade felina se baseia na restrição calórica do animal que deve ser feita e acompanhada por um profissional. Neste tratamento, o gato terá incluído em sua rotina a dieta de baixa densidade energética, baixo teor de carboidrato, gordura e alto teor de proteína e a instituição de atividade física.