Dezenas de milhares de pessoas participaram na grande marcha anual do orgulho em Paris neste sábado (29). Grupos de direitos LGBTQIA+ afirmam temer discriminação se um governo de extrema direita tomar o poder após as eleições no país.

A França vai às urnas no domingo (30) para o primeiro turno de uma eleição parlamentar que as pesquisas de opinião mostram que pode levar ao poder a extrema direita Reunião Nacional (RN). O segundo turno será realizado no dia 7 de julho.

A drag queen Simone de Boulevard disse à Reuters no evento de Paris que “temos medo, medo pelo nosso acesso aos cuidados de saúde, pela nossa segurança diária”.

“A violência homofóbica e transfóbica é intolerável”, acrescentou Boulevard.

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, enviou à polícia e às autoridades locais uma carta na sexta-feira (28) pedindo reforços de segurança em torno de eventos LGBTQIA+, incluindo o Orgulho de Paris, dizendo que houve um aumento de atos discriminatórios e de “antagonismo político e comunitário” que poderiam atingir tais eventos.

 

O grupo de direitos humanos Inter-LGBTQIA+ e outros grupos de direitos humanos apelaram às pessoas para marcharem em grande número no sábado para se oporem às ideias da extrema direita e protegerem os direitos LGBTQIA+.

O RN não respondeu imediatamente ao pedido de comentários da Reuters.

O partido, que é socialmente conservador e anti-imigrante, já disse que não tem ligações com grupos violentos de extrema direita. Ainda assim, votou contra a legislação que confere mais direitos aos grupos LGBTQIA+, inclusive no Parlamento Europeu.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Milhares participam da marcha do Orgulho de Paris antes das eleições no site CNN Brasil.